Doce de mãe: Roseli Fernandes

Você já se perguntou o que uma mãe é capaz de fazer por um filho? A primeira resposta que vêm à mente é “tudo”… e está certa.  

Mãe sabe tudo. Detalhes dos nossos olhares, nossos coloridos, nossas bagunças, nossos sorrisos.  

Ela ampara, conforta, aconselha, pega no colo, conserta, ensina, fala e escuta, perdoa e acompanha.  

 Mãe sonha junto e faz o impossível pro sonho se tornar realidade. Aqui vou te contar a história de uma mãe que fez da goiaba, a felicidade da sua filha.  

Fui até o Sítio Serrinha, lá em Cajuru, aqui no interior do estado de São Paulo, conversar com a Roseli Fernandes, a autora dessa goiabada dos deuses e uma das mães mais especiais que eu já conheci.  

Conversando com dona Roseli e também com a sua filha Maria, fui entendendo o porquê da goiabada dela ser a melhor que já provei na vida.  

A matriarca aprendeu a fazer goiabada com sua mãe e fazia o doce quarenta anos atrás, quando morava em outro sítio que tinha pé de goiaba.  

Ela conta que passava de janeiro a março fazendo o doce e guardava pro ano todo. Naquela época, embrulhava na palha de milho e estocava.  

A receita pode parecer muito simples, são três ingredientes: goiaba, limão e açúcar. Tudo feito à lenha no tacho de cobre, que dona Roseli não para de mexer um só segundo.  

A Maria Clara queria fazer faculdade e a família não tinha como pagar os estudos, foi aí que a goiabada entrou em cena novamente. 

Para realizar o sonho de Maria Clara, ela voltou ao tacho e à produção. Ela preparava a goiabada e Maria Clara era a responsável de oferecer o doce pela cidade. 

O começo foi difícil, mas elas persistiram. Bateram de porta em porta, até conseguirem que uma loja de agropecuária revendesse a goiabada.  

Hoje, com a filha formada graças à goiabada, ela precisa recusar pedidos por causa da alta demanda, mas continua na fabricação do doce.  

Espero que vocês sintam todo o amor da dona Roseli em cada mordida. A goiabada da mãe Roseli realizou o sonho da filha e segue arrancando suspiros a cada pedacinho.  

Espero que se encantem como me encantei, tanto com a goiabada, quanto com a história dessa família tão querida.  

Com carinho, 

 Victoria